"As palavras vão saindo assim.Eu não as escrevo, elas já são assim:escapulidas de mim..."

domingo, 8 de agosto de 2010


OCIOSA*

Duas e meia:
nada de novo no ar.
Deitada no chão da tarde vazia
aguardava a azia
do almoço indigesto.
Pseudo mordomia
de um repouso funesto.

Seis e meia:
desafinados bocejos
ecoam na recém chegada escuridão.
Vozes na televisão
que nunca se desliga
perturbam a viagem da mão
ao redor da obesa barriga.

*Releitura de Ócio, publicado no livro Inverno e outros poemas

Um comentário:

  1. Perfeita combinação título - poema!

    Me veio à mente:
    barriga cheia, mente vazia...
    e coração?
    Nem sabia...

    Excelente construção poética, querido!

    Ótima semana pra ti!

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