"As palavras vão saindo assim.Eu não as escrevo, elas já são assim:escapulidas de mim..."

quinta-feira, 15 de julho de 2010


BLACK TIE*

Ciranda cintilante,
alcoólica rodante
no tremular de nossas
cabeças dançantes,
em descompasso
com a lentidão
musicalmente suave.

O valsar desproporcional
alegra o ambiente
-ambiental falsidade-
aparente.

Descontente
procuro fugir
-meu olhar não encontra recanto-
no entanto
cá estamos cantando
um ao outro,
insistindo, compactuando
socialmente.

*Publicado no livro Inverno e outros poemas

4 comentários:

  1. Perfeito! preciso ler URGENTE o livro de onde foi tirado este poema, Ric.

    Saudades de você, querido.

    Um beijo meu e uma boa semana!

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  2. de vez em quando a gente precisa despir-se... deixar esse black tie de lado... ficar nú... e valsar assim mesmo...

    lindo poema !


    beijo

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  3. Lindo pacto quase silencioso entre os quereres à meia voz...

    Lindíssimo, Ricardo!

    Beios e ótima semana!

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  4. "no entanto
    cá estamos cantando
    um ao outro,
    insistindo, compactuando
    socialmente."

    Porquê? Pra quê?

    Melhor jogar a gravata no chafariz e correr com o vento na cara, pra bem longe dali. :)

    excelente, querido

    Beijo grande

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